Mozart Tut
Esse tutorial é indicado para quem nunca usou um editor de partituras, quer conhecer um programa relativamente fácil de usar ou quer saber melhor como usar um programa desse tipo.
Serão usados termos referentes à notação musical, portanto, é conveniente que você tenha algum conhecimento - não tanto de teoria, mas de notação musical - para entender melhor do que estamos falando, se bem que as imagens ilustram bem este tutorial; você verá que é bastante intuitivo entender as "screenshots" do programa (Screenshots são imagens capturadas da tela do computador com a ajuda da tecla "PrintScreen", e coladas num editor de imagens).
Bom, vamos começar pela instalação do Mozart, que segue o esquema tradicional dos programas para Windows: Next -> Next -> Finish. A versão utilizada para esta demonstração é a 6.0.1.0 (já bastante antiguinha, mas ainda funcional).
Depois que você baixou o programa, vá até a pasta onde você o salvou e dê um duplo clique no arquivo baixado:
A seguir, aparecerá a tela de instalação do programa:
Agora siga os passos conforme as figuras:
Aqui você pode mudar o local onde o programa será instalado, caso você esteja com pouco espaço na partição onde os programas estão instalados. Basta clicar em "Browse" e escolher o local:
Clique na setinha do menu drop-down na parte de baixo da janelinha e escolha a partição/drive que desejar:
A seguir, escolha a pasta que quiser:
Se você achar mais fácil instalar um ícone no desktop, clique "Yes".
Agora, basta confirmar as opções anteriores: Clique em "Next"
Para completar, clique em "Finish":
Agora para abrir o programa, dê um duplo clique no ícone dele no desktop ou siga o caminho: Iniciar -> Todos os programas -> Mozart 6 -> Mozart 6.
Ao abrir, o programa mostra uma janela de dicas. Para desabilitá-la desmarque a opção: "Show tips on StartUp". Para fechar a janela, clique em "Close".
O Mozart é um programa do tipo Shareware com limitação de tempo para testá-lo. Por isso, toda vez que o abrirmos, ele exibirá a tela abaixo (também conhecida como "Nag Screen"). Observe que o botão "Close" demora mais ou menos uns 5 segundos até ficar disponível para fecharmos essa janela. Após 30 dias de uso o programa deixará de funcionar.
Agora, a primeira coisa a fazer é achar a parte de configurações do programa:
Na aba "Music", marque a opção "Maximise new music window" para maximizar a janela de novas partituras.
Se você não quiser que o programa faça cópias automáticas de segurança da partitura que você está editando, desmarque a opção "Enable auto-save".
Se você tiver um teclado ou outro instrumento midi plugado no seu computador e quiser transformar o que você está tocando em partitura, deixe marcada a opção "Midi in"; e se quiser ouvir o que está tocando ou digitando na tela do programa, deixe marcado "Midi out".
As outras opções de configuração podem ser deixadas como estão (pelo menos por enquanto). Para aumentar o tamanho da janela do programa (maximizar), clique no botão com o quadradinho:
Pra começar, vamos criar uma partitura do zero. Clique no ícone da folha em branco, na bara de botões:
Em "Key", escolhemos o tom em que a partitura será escrita. Conforme o tom, teremos a armadura de clave correspondente. Em "Time", o tipo de compasso: 2/4, 3/4, 4/4 etc. Em "Tempo", ajustamos as batidas por minuto. Se você quiser que na partitura sejam indicadas as batidas por minuto, marque a opção "Show tempo marking". Em "Staves on score", quantas pautas você quer que sejam agrupadas na partitura. E finalmente em "Template", você pode escolher um modelo pronto de partitura, como "Guitar", "Jazz Band", "Voice and Piano" etc.
Acima já podemos descobrir que para digitar uma nota devemos apertar a barra de espaço e para escolher a nota (altura), devemos posicionar o cursor (em forma de cruizinha) na altura desejada, utilizando para isso as setas do teclado (seta pra baixo e seta pra cima). Para inserir uma pausa, apertamos a tecla Shift e a barra de espaço simultaneamente. Já deu pra perceber que o processo de digitação de notas no Mozart é bastante prático, não? Para alterar a altura de uma nota, basta selecioná-la com o mouse, ou ir com o cursor até ela (usando a seta para a direta ou para a esquerda), apertar a tecla "Alt" (do lado esquerdo) e com a seta para cima ou para baixo posicioná-la na altura adequada. Repare que quando o cursor estiver em cima da nota, ela ficará vermelha;
aí é só fazer como já dissemos: segurar a tecla "Alt" e com a seta pra baixo ou pra cima, posicionar a nota na altura desejada dentro da pauta. Para pular de uma pauta para outra, aperte a tecla "Control" + seta pra baixo ou pra cima.
Note que as notas da pauta de cima mudaram de cor (ficaram verdes), indicando que não estão em edição.
Para selecionar a duração da nota, basta clicar com o mouse em um dos botões numerados acima, ou digitar o número correspondente à duração da nota: 4 é a colcheia; 5 é a semi-colcheia; 6 é a fusa e assim por diante.
Acessando o menu "View" -> "Keyboard Shortcuts", temos uma janela na qual podemos ver todos os atalhos de teclado para diversos comandos e ações.
Aqui podemos ver alguns dos principais atalhos do programa: F2 - toca (ou pára) a partitura do começo ao fim; Shift+F2 - toca (ou pára) a música a partir do compasso onde o cursor estiver posicionado; F7 - diminui o zoom; Shift+F7 - aumenta o zoom; J (join) - junta ou separa as hastes das notas (o cursor precisa estar posicionado entre elas); T (tie) - faz a ligadura entre duas notas (o cursor precisa estar posicionado entre elas) etc. Também é possível editar (trocar) os atalhos de teclado. Basta selecioná-lo com o mouse e clicar em "Edit". Depois é só escolher a combinação de teclas que lhe for mais conveniente.
Para apagar uma nota, coloque o cursor sobre ela e aperte a tecla "Delete" ou posicione o cursor à frente da nota e aperte a tecla Backspace.
Os atalhos típicos do Windows também funcionam: Control + C (copiar), Control + V (colar), Control + Z (desfazer), Control + Y (refazer), Alt + F4 (fecha a janela do programa). O estranho é usar Control + F4 para fechar o documento, quando o atalho normalmente usado é o Control + W.
Outros atalhos úteis são: M (merge) - junta duas notas em uma só; # - divide duas notas; + (sinal de mais) - quando o cursor está sobre a nota, ele introduz um sustenido (ou bequadro, dependendo do caso) à frente da nota; - (sinal de menos) - coloca um bemol na frente da nota selecionada. Os sinais de expressão também são facilmente introduzidos: . (sinal de ponto) - coloca um sinal de staccato sob/sobre a nota (dependendo da direção da haste da nota); - (sinal de traço) - coloca um tenuto sob/sobre a nota; p - piano; Shift + p - mais piano; Ctrl + Shift + p - mais piano ainda; f - forte; Shift + f - mais forte etc.
Agora, para introduzirmos sinais de dinâmica, temos que ajustar o modo de seleção de bloco (como as notas serão selecionadas): por pauta ou grupo de pautas (quando há um instrumento de acompanhamento, por exemplo). Para selecionar notas de apenas uma pauta, clique no botão do tracinho verde entre dois traços pretos:
Repare que agora é possível aplicar a dinâmica desejada.
Eis o resultado:
Agora, a parte que eu só descobri quando estava escrevendo este tutorial: o contraponto. Durante muitos anos eu pensei que o Mozart não tinha bala na agulha para lidar com esse recurso. Ao contrário do Finale em que o contraponto é sinônimo de layer (camada), e é um recurso claramente visível na parte de baixo da tela com os números 1, 2, 3, 4; no Mozart, o contraponto é um recurso aparentemente escondido, que eu só descobri por acaso, procurando no arquivo de ajuda e pesquisando pelas iniciais da palavra em inglês "counter", de counterpoint. No Mozart, cada linha melódica é chamada de "strand" e cada pauta, por padrão, tem apenas uma strand. Para inserir uma nova strand, clique com o botão direito do mouse à esquerda da clave na pauta e clique em "Edit score structure".
Ou vá no Menu "Score" -> Score layout", ou então simplesmente digite o sinal de chave à direita " } " (Shift + a tecla }, pra quem ainda não descobriu como digitar esse sinal).
Aparecerá a seguinte tela: (Desmarque a opção "Hide stave labels")
Clique na pauta onde você deseja adicionar mais uma "strand" (linha melódica) e clique no botão "Insert".
Se aparecer a janela seguinte, clique em "Insert strand":
Se quiser renomear a Strand, clique em "Rename".
Se quiser corrigir o visual de sua partitura, clique em "Style" e faça algumas tentativas selecionando todas as Strands e marcando e desmarcando "Join staves...", "Bracket" ou "Brace". Para finalizar, volte na aba "Score" e dê "Ok".
Agora, pra você visualizar as duas strands em duas pautas separadas, clique no Menu "Score -> Separate strands" ou use o atalho de teclado - o sinal de porcentagem (%):
Você obterá algo mais ou menos assim:
Para juntar as duas strands de novo, depois que você tiver composto a sua partitura, clique na strand original (a com clave de Fá, de cima) e digite " { ", ou vá no menu "Score -> Combine Strands".
Por fim, um outro recurso que, com certeza você vai usar muito, é mudar a voz dos instrumentos na partitura. Embora a partitura do exemplo seja para flauta e piano, eu poderia colocar o som de uma guitarra na parte correspondente à flauta; um violino na clave de sol do piano e um baixo elétrico na clave de Fá. Vejamos como isso é possível. Clique no menu "View -> Midi Options".
Em "Parts", temos as linhas melódicas (strands); em "Channels", os canais usados na especificação midi; em "Voices", os instrumentos. Repare que os canais 1 e 2 pertencem a um único instrumento, o da voz 1 (Acustic Grand Piano). Repare também que a melodia e o baixo do piano ocupam dois canais diferentes e que há duas strands para cada canal do piano. Portanto, o canal 9 será o canal da flauta, o que podemos confirmar olhando o número do instrumento na especificação midi (em voices). Para trocarmos o som do instrumento, basta portanto fazer a correspondência Voice -> Channel -> Parts.
Vamos trocar a flauta por vozes do côro, por exemplo:
Para isso, ache o n.º 53 em "Voices". Selecione-o com o mouse. Depois selecione o canal 9 em "Channels" e a parte 1 (Canal 9) em "Parts". Agora clique nas setas da janela, começando pela seta da direita (de Voices para Channels).
Dê Ok. Aperte F2 para ouvir como ficou.
Também é possível ajustar o volume de cada instrumento. Clique em "View -> Midi Options". Na aba "Volume" é possível ajustar a intensidade sonora dos instrumentos por canal; basta mover com o mouse os "sliders" (botões deslizantes).
Finalmente, salve seu trabalho: tecle Crtl + S ou vá no menu "File -> Save as".
Escolha a pasta onde quiser salvar o arquivo, dê um nome a ele e clique em "Salvar".
Se quiser salvar o trabalho como um arquivo midi, clique em File -> Export -> Save midi as.
Dê um nome, memorize onde você salvou o arquivo para achá-lo depois e clique em Salvar.
Agora um "breve" comentário. Preferências à parte, eu acho o Mozart o programa mais fácil para se digitar uma partitura, principalmente pela interface "user friendly" (amigável ao usuário) e pelos atalhos de teclado, que são bastante práticos e relativamente lógicos e fáceis de memorizar, o que poupa bastante tempo na hora de digitar. Ao contrário do famoso Finale e do aclamado Sibelius, ele tem apenas os recursos essenciais; então não há como você se perder em Menus e Funções que você certamente nunca vai usar na vida. O Finale e o Sibelius têm inúmeros recursos para lidar com partituras mas a curva de aprendizado deles é um pouco mais acentuada. O Finale, por exemplo, simplesmente não tem menu de contexto, fato que assusta muita gente que se aventura a usá-lo. Já o Sibelius à primeira vista parece ser otimizado para a introdução de notas através do mouse, como se pode ver pelo "KeyPad" (há atalhos de teclado, mas eu acho eles um pouco confusos). Muita gente deve estar me achando um estúpido, mas o único programa de partituras que eu aprendi a usar de verdade é o Mozart. Eu só uso o Sibelius e o Finale para escanear partituras, converter arquivos midi em partituras ou exportar o som de algum midi com o Sibelius Sound Essentials. Acho um pouco difícil editar músicas neles, mesmo assim estarei fazendo em breve um outro tutorial com o que consegui aprender até agora sobre esses programas.
Bom, com isso termino a primeira parte do Tutorial sobre o Mozart. A segunda, explicará como imprimir uma partitura, entre outras coisas. Por hoje é só. Espero ter ajudado um pouco a você que conseguiu chegar até aqui ;-) Até a próxima. E não se esqueça: comentários e sugestões são sempre bem-vindos, é só me mandar um e-mail .